Além de aquecer e garantir o conforto dos tapetes tradicionais, as peças amorfas trazem mais personalidade aos espaços
Tapetes são uma excelente forma de deixar os ambientes mais acolhedores e confortáveis, além de ajudar a delimitar também os espaços. Mas eles também podem deixar de ser simples acessórios e se transformarem em objetos de destaque.
Nas salas, por exemplo, um tapete de forma orgânica pode ser o grande protagonista da decoração. Além de conferir os benefícios de um tapete mais convencional, a peça amorfa ainda ajuda a quebrar as linhas retas comuns e traz mais personalidade e descontração ao projeto.
É nisso que acredita o designer Giácomo Tomazzi, que sugere usar os tapetes como peça principal, item de design ou como destaque de um canto específico. “Tapetes orgânicos dão mais dinamismo no layout e deixam os espaços mais fluidos visualmente”, diz. Para ele, a forma assimétrica é uma boa escolha, podendo o usuário, ainda, compor a peça com outros tapetes em sobreposição.
Vantagens do uso do tapete de forma orgânica
Para a arquiteta Juliana Garcia, a tendência por trás dos tapetes amorfos não é à toa. O formato da peça, segundo ela, corresponde à menor rigidez em relação a tudo no mundo contemporâneo, que está mais fluido. “Eu acho que é uma ótima ideia usá-los na sala, pois podem dar uma liberdade de layout muito maior”, diz.
Segundo ela, pode ser uma alternativa aos moradores que não querem uma disposição muito “organizada” em volta de um tapete regular ou quadrado, com cadeiras dispostas uma em frente à outra.
“Eu acho que o tapete orgânico dá uma possibilidade de ‘brincar’ mais com o layout e o mobiliário pode acompanhá-lo”, diz. “Também acredito que ele promove um acolhimento; parece que abraça a sala de estar ou qualquer outro espaço onde esteja”, completa.
Como compor a decoração com um tapete de forma orgânica
Foi esse rol de possibilidades que nortearam o projeto do Apartamento Nichos, assinado por Juliana, que recebeu esse nome justamente devido à demanda por estruturas que acomodassem os objetos de decoração.
Na sala de estar, um tapete amorfo acompanha uma mesa de centro dupla, também de formato orgânico. Ambas as peças contrastam com as linhas retas e formas quadradas do ambiente, as quais a arquiteta sentiu a necessidade de suavizar. 👆
“Eu optei por quebrar um pouco dessa regularidade dos nichos quadrados e da bancada de concreto embaixo dele com um tapete orgânico que brincasse um pouco com essa contradição entre o concreto e as linhas retas e esse estilo mais amorfo”, diz.
Essa é uma forma inteligente de compor a peça na decoração, segundo ela. Apesar da contradição entre as diferentes linhas, cria-se uma harmonia a partir de uma linguagem mais agradável, tanto para quem está no ambiente quanto para quem olha para ele.
Em relação à posição do tapete no espaço, não há regras. Isso dependerá das demandas do morador e da sensibilidade do arquiteto. “A regra é a harmonia que você busca com os pesos, com os espaços abertos, os vazios, as texturas dos móveis, os tecidos…”, diz Juliana.
Para ilustrar, ela cita os tapetes que cobrem quase a sala inteira ou aqueles que demarcam apenas um canto do ambiente, junto a poltronas, e também os que ficam sob a mesa de centro, como foi o caso do Apartamento Nichos. “Mas a arquitetura de interiores é interessante por conta dessa brincadeira; não há uma regra muito rígida”, conta.
Para aqueles que buscam ousar também na posição do tapete, Giácomo dá a ideia de posicioná-los em paredes. “Além de ser usado como uma obra de arte, melhora a acústica do espaço. Usualmente, os tapetes são utilizados em salas de estar ou de TV, pois trazem conforto e delimitam uma área específica da casa. Gosto também de tapetes em dormitórios para um conforto extra e não pisar diretamente no chão”, diz.
Dimensões e espessura
Segundo o designer, as dimensões do tapete de forma orgânica para a sala de estar dependerá do tamanho do living, mas o importante é “amarrar” todas as peças que compõem o ambiente. “Já a espessura depende do tipo de material que o tapete é feito e da intenção do projeto. Tapeçarias com mais espessura dão mais conforto, e mais baixo são mais práticos de limpar”, diz.
Juliana, por sua vez, orienta não usar tapetes mais altos para salas onde ocorre muita passagem porque, dessa forma, pode-se perder um pouco do conforto da caminhada. “Há modelos com tufos de tamanhos diferentes em única peça, o que a torna orgânica não apenas na forma e cor, mas também na textura. Em um canto é mais alto, em outro mais baixo. Eu acho muito interessante, mas, em ambientes pequenos ou de muita passagem, um tapete muito alto pode acabar dificultando o acesso”, acrescenta a arquiteta.
Ela diz ainda que uma forma de sair do comum é desenhando o próprio tapete em lojas que oferecem o serviço sob medida – daí o cliente pode escolher a forma que preferir, as dimensões que mais se adéquam ao ambiente em questão.
Como higienizar o tapete
Para a manutenção diária do tapete, Giácomo sugere usar um aspirador de pó ou escovar com um pouco de água e sabão neutro. Mas, para uma limpeza mais pesada, o designer sugere a contratação de um serviço especializado.
“Acho que vale a pena sempre seguir a recomendação do fabricante e dos fornecedores do tapete quanto à manutenção diária. Além disso, periodicamente, é importante mandar lavar ou contratar uma empresa especializada para realizar a higienização”, completa Juliana.